
Esses questionamentos estiveram presentes na programação do SESC durante a Bienal, nos dias 05 e 06, durante dois colóquios com os temas “A importância dos prêmios literários” e “A Nova Literatura é uma Literatura Nova?”. Mediados pelo Prof. Marcos Vinícius (UFAL) proporcionaram, aos presentes, momentos ricos de compartilhar informações que poucas vezes são discutidos abertamente. Sentados ao redor de uma mesa, de frente ao público, escritores convidados falaram abertamente sobre os temas abordados.
Durante o primeiro colóquio podemos perceber o que cerca o mundo dos prêmios literários, das inscrições até o processo seletivo de fato. O escritor Sérgio Léo, um dos ganhadores do Prêmio SESC de Literatura, falou sobre esse processo. “É muito difícil escrever e passar por esses concursos porque, além de tudo, você tem que agradar aos jurados eles escolhem, muitas vezes, pelo gosto deles de forma individual. Já fui júri também e busquei ser bem democrático, escolhi textos pensando em outras pessoas que também gostam daquele tipo de escrita”, comentou. A conversa sobre o tema foi bem instigante e o público presente também levantou questionamentos participando ativamente deste momento.
No segundo colóquio, com o tema “A Nova Literatura é uma Literatura Nova?” os escritores levantaram questionamentos entre eles sobre essa definição do que de fato é essa nova literatura. É perceptível que com o avanço das tecnologias, a corrida pelos mercados de trabalho, a demanda da qualificação deixa os processos mais velozes nessa era da informatização. As pessoas estão em um momento em que se relacionam a distância através de computadores em um mundo virtual. Através dele conversam, encontram amigos, namoram, discutem, constroem laço nessa esfera em que novos escritores vão surgindo.
Discutir o que é uma nova literatura é possível, mesmo sabendo que essa nova literatura não tem uma definição real. Não se pode dizer que essa literatura de hoje é completamente nova porque ela é derivada de todas as referências literárias que o escritor tem.
Será que esse meio virtual que facilita o acesso a livros? Onde novos escritores divulgam seus textos através de meios online como os blogs vão defasar a venda de livros impressos? Esse foi mais um dos questionamentos apontados e discutidos pelo grupo de escritores. Nilton Resende (UFAL) afirma que não. “O cheiro do livro e essa sensação de você tocar e compartilhar com outras pessoas é encantadora. Quem realmente gosta de ler não vai deixar de comprar livros. O acesso a livros através da internet existe em tantos sites em que as pessoas podem baixá-los, mas isso acontece para facilitar o encontro com a leitura”, reforçou o escritor.
O público respondeu a esse questionamento também. Carla Castellotti, uma das presentes, falou que tem um blog e o usa para compartilhar textos e, também, faz uso de leituras virtuais pela velocidade de informação. “As pessoas passam o dia, em meio à correria. É comum dar uma paradinha no meio desse processo todo para acessar algum site, se for para fazer alguma leitura interessante online esse movimento é interessante e rico já que esses meios permitem, também, uma interatividade muito grande onde o escritor recebe feedback”, disse a blogueira.
Os colóquios aconteceram no Estande do SESC e foi um momento de troca de informações onde os presentes ouviram escritores e também se posicionaram, realizando um verdadeiro intercâmbio literário. O público saiu bastante satisfeito já que localmente esse tipo de acontecimento é tão raro.
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