sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Oficina de Literatura

TECENDO HISTÓRIAS

Ouvir ou ler uma história nos leva a um mundo imaginário... Somos poderosos, pois, juntos com o autor podemos dar vida e forma aos cenários e personagens...

Histórias lidas, ouvidas, vividas, imaginadas e depois ilustradas. A ilustração se dá através de inúmeras linguagens e materiais. A ilustração bordada é um dos recursos que nos remete às nossas mães e avós, nossa herança de um país tão rico em rendas e bordados.

Os fios se entrelaçam, se abraçam, formam tecidos e contam histórias. Às vezes o bordado desfeito noite após noite na longa espera do amor distante, às vezes o bordado em manto sagrado de apresentação de Bispo do Rosário a nos fazer repensar criatividade e loucura...

O bordado nos dá a cor e a forma, mas também o relevo, as diversas texturas... É o desenho que se vê também com as mãos, tocando as palavras.As mãos tecem histórias entrelaçando palavras...As mãos tecem histórias entrelaçando fios e retalhos de tecidos, dando forma a desenhos e sentimentos, ilustrando as palavras escritas.

O mais importante é a criança se apaixonar por histórias e livros, assim formamos leitores de livros e do mundo. A leitura permite viagens fantásticas a lugares distantes, permite também viagens às profundezas do próprio ser. A leitura leva à reflexão, traz conhecimentos, aproxima as pessoas... A criança que tem acesso ao mundo dos livros e que tem prazer em ler, tem a possibilidade de escrever melhor, se expressar melhor e principalmente sonhar mais.

A oficina propõe a criação de uma ilustração com juta, feltro e lã, a partir de histórias lidas de Ruth Quintela. Que cada criança possa representar uma cena, um cenário, um personagem ou a emoção que sentiu ao ler/escutar as histórias...
Beth Krisam*
*É arte-educadora e trabalha no incentivo à leitura, por meio de oficinas com crianças e adolescentes.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ciclo de leituras


AS TANTAS VIAGENS LITERÁRIAS AO MUNDO DE RUTH QUINTELLA

O desafio foi lançado, transformar cinco livros de Ruth Quintella, em uma viagem literária instigante e lúdica, sem explorar os truques de interpretação dos atores, valorizando cada letra escrita, anulando o gesto, para que a palavra falada colorisse o imaginário através do ato de ouvidos atentos, de diversas idades, de níveis intelectuais diversos, tudo isso com o propósito de dar ênfase: A PALAVRA ESCRITA, um caminho curto para o imaginário ou para reavivar as memórias da “criança adormecida” em nós!

E assim começou nossa viagem, entre estantes e prateleiras de livros, descobrimos criaturinhas enigmáticas, atentas a cada frase dita, a cada história lida (contada). Outros “marinheiros-pessoas” embarcaram em nossa canoa de vela quadrada, permitindo-se a sair da passividade de leitor-ouvinte para o protagonismo do leitor-ouvido.

Olhos brilharam... Adultos estamparam no rosto, sorrisos de criança, crianças descobrindo leituras de mundos...Desatracamos e seguimos viagem, paramos num palco cheio de luz, destruímos a “quarta parede” que nos isolavam no nosso mundo imaginário, logo fomos invadidos por mundos reais, homens, mulheres e crianças à sombra do “Gogó da Ema” prontos para compartilharem histórias e mais voluntários embarcam em nossa nau.

Cruzamos mares, passamos por rios cobertos de manguezais, caranguejos acenaram para nós, teiús fugiram ao nos aproximar e entre cavernas descobrimos dois lugares mágicos, pessoas iluminadas que tem o poder de ensinar a ler, a escrever e tantas outras pessoas iluminadas pela vontade de aprender, entre o canto de grilos e coaxos de sapos – interatividade – mais memórias construídas a partir daquele instante.

Seguimos pelo “Velho Chico” passamos por cidades que por si só já são histórias, desembarcarmos, recepcionados por brincadeiras de criança e lavadeiras na beira do rio, fim de tarde, sol se pondo, literatura brotando nas margens da imaginação ribeirinha.

Nossa expedição já seguiu 20 rotas diferentes, porém apontadas para uma mesma direção: O PRAZER PELA LEITURA, entre acordes de pífano e cantigas de roda, entre letras e livros chegamos ao paraíso da literatura – BIENAL DO LIVRO – um verdadeiro encontro entre autores, leitores, memórias e sonhos – onde ficção e realidade são relativas aos olhos que vêem, mas absolutas aos olhos que lêem.
Julien Costa*, 27 de outubro de 2009 às 23h30min.
*É ator, professor de teatro e escritor.

sábado, 24 de outubro de 2009

As crianças na Bienal do Livro



Os cenários que nos cercam são preponderantes de nossos gostos, nossos hábitos, nossa cultura. A Bienal é um universo de letras, capas, cores, sabores, movimento, palestras, apresentações, multidões querendo saber... Ante tudo isso, o faminto olhar das crianças querendo ser personagem e escritora, ter livros, liberdade de voar por todos os céus, terras, mares e montanhas.
A presença do SESC na IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas, também proporcionará aos pequenos, ambientes diversos que levarão ao mundo encantado da leitura e do prazer da descoberta de novos mundos.
A contação de histórias contribui para a formação de leitores. A ludicidade e a arte são elementos imprescindíveis para atrair as crianças para o mundo da leitura. Traz às mentes e corpos um universo mágico, com sabor de quero mais. Acolhe e acalanta os sonhos da criançada, numa atmosfera mágica. Já dá pra imaginar a cena: as crianças ali, ouvindo, vendo e torcendo pelo final desejado... e, de tão fascinante que é o momento, empolgará a buscar mais nas páginas dos livros e ler para saber contar o que aprendeu.

Graça Cavalcante
- É Pedagoga com habilitação em Educação de Jovens e Adultos (UNEB – Universidade do Estado da Bahia).
- Arte-Educadora, com práticas terapêuticas e dinâmicas de integração através do lúdico.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Poesia ou Prosa? Romance ou Conto? Caso contrário, será Novela?


Bem, são definições que só entendendo a Teoria para classificá-las, mesmo assim, é preciso ter cuidado. Estes foram apenas alguns de vários assuntos trabalhados no último encontro (02/10 e 03/10) no curso “Um Conto Atrás do Outro” – Mod. I. Pois, além disso, houve discussão a respeito da História da Arte direcionada a Literatura Mundial e Brasileira.
Ufa! Quanto assunto!
Mas os participantes ficaram com olhos bem abertos para não perder uma só informação. Depois, acrescentaram suas experiências enquanto leitor e/ou professor, tirando suas dúvidas conforme o desenrolar da aula.
Esse momento do curso foi esperado com muita ansiedade pelos integrantes do NUFOPES, pois queriam desvendar mais coisas nesse mundo de Contação de Histórias. Estavam todos curiosos e o mais surpreendente foi a forma em que os assuntos foram abordados, interagindo o tempo todo com as informações pessoais de cada participante e com o que já foi exercitado nos encontros anteriores. Isso tornou a aula bastante participativa.
Mírian falou que estava tensa na expectativa da aula e ficou feliz com tudo que aprendeu. “Quando escutávamos falar que iríamos estudar a parte teórica, vinha logo na cabeça a ideia de que seria algo chato e cansativo. Mas, nesse momento, está sendo muito gostoso, pois o que vimos até agora nos remete ao que iremos trabalhar na prática da Contação de Histórias. Por isso, é muito prazeroso, muito bom, mesmo!!!”.
Comentou Mírian. A cada tema estudado, era preciso que cada um identificasse os textos de acordo com a Teoria Literária. Todos conseguiram aplicar a teoria na prática, foi como montar um quebra-cabeça.
No segundo dia, foi uma aula bem descontraída, na qual foram apresentadas algumas lendas populares e cada um contou o que conhecia sobre a cultura popular.E, nesse clima gostoso foram discutidos assuntos, relacionados às Estruturas Narrativas Clássicas e Populares e História da Arte, com o orientador Guilherme Ramos.
E Hoje Diria Não ao Paraíso

E hoje diria não
ao paraíso. Se ele

é, mãos dadas, imenso
clamor no riso. Tanto

correr rumo ao abraço,
tanto alvor no início.

E logo, monte e altura
mudam-se em precipício.



Nilton Resende*
*É ator, poeta e pesquisador de literatura.

sábado, 3 de outubro de 2009

Cortejo


Hoje eu vim de comitiva
Pra te compor em samba
Pra te roubar em versos
Não negue esse cortejo

Costurei minha Fantasia
Hoje eu sou a bateria
Quanto entrudo é necessário
Pra rasgar um tamborim?

Arthur Finizola*
* É músico e poeta.


Em seus lábios os maremotos não silenciam Nem o sorriso é dúbio Em seus lábios meu sexo reivindica sua presença E minha alma se sacia Em seus lábios o tempo não existe as cores são vivas e amor irrompe do sono Em seus lábios o mel é clichê E só os músculos tesos é que latejam Latin american way of life e tudo o que os instintos permitem Encontro em seus lábios carnudos e desejosos um delicioso toque dos deuses

Marcos Vinícius
*
* É poeta e professor de Literatura.