quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Um conto atrás do outro

A jornada foi longa e exigiu bastante de todos os participantes do curso “Um Conto Atrás do Outro – Mód. I”. Após 06 (seis) meses de construção coletiva do saber, técnicas e exercícios diversos foram aplicados para aprofundar a arte de contar histórias.


Agora, tudo passa a fazer sentido. O que foi apresentado ao longo do curso começa a se conectar nessa etapa final. Muitas foram as interrogações que surgiram na cabeça de cada participante, acerca da didática aplicada.

Para que serve tanto alongamento?

Por que brincar tanto nas aulas?

Por que fazer tanta leitura e pesquisa?

Muitas respostas surgiram nesse final de semana em mais um dos encontros.

Com olhares apreensivos e com muita alegria em estar finalizando mais uma etapa do curso, alunos e orientadores definiram os roteiros para a apresentação pública do grupo, composto por pessoas que exercem funções diversas, mas que se unem pelo amor e vontade de difundir a tradicional arte de contar histórias.

No primeiro dia de encontro, na sexta, dia 13/11, as sessões de histórias começaram a ganhar corpo. As músicas, instrumentos e a entrada dos componentes de cada um dos grupos foi trabalhada durante todo o dia.

Dando seqüência, no dia seguinte, o grupo se reuniu para fechar cada detalhe da apresentação. Além das histórias o dia foi marcado por provas de figurino e fotos, que foram registradas para o material gráfico da apresentação. Tudo parecia um grande flash back.

Os exercícios constantes de leituras e releituras de histórias que foram trabalhados ao longo do curso, dessa vez foram freqüentes objetivando tornar a primeira apresentação pública, programada para o dia 12 de dezembro, um momento prazeroso e de orgulho para todos. Além das histórias, a sonoridade estava e estará presente com instrumentos percussivos, interagindo a todo o momento.

Agora é só aguardar!!!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um Primeiro Exercício de Fracasso


O menino bate a pedra.


O que fazes, ó menino?


Bato a pedra, bato a pedra.


Pra que bates, ó menino?


Farei nela linda flor.


E por que tu tão transido?


Por que choras, meu menino?


Sei que tudo é perdido:


ela não terá odor.

Nilton Resende *

*É ator, poeta e pesquisador na área de literatura

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Maratona de Contação de Histórias

A maratona de contações de histórias atraiu o público de todas as idades, que formaram filas quilométricas para assistir as sessões. Encantados com os contos interagiram, se envolveram e embarcaram de corpo e alma, nas histórias de contadas.
Foi uma verdadeira chuva de aplausos, risos e emoções com as apresentações de Linete Matias e Beth Miranda, com a sessão “Assim me Contaram... Assim vos contei”. As lembranças de histórias escutadas na infância foi um dos comentários recorrentes entre os que assistiam à sessão. “Adorei. Elas contam e cantam fabulosamente. Aquela história da menina e a figueira, era contada por minha mãe, quando eu era pequena. Foi maravilhoso escutá-la novamente, me levou a pensamentos distantes”, contou Sônia Santos.
A Trupe Gogó da Ema de Contadores de Histórias do SESC Alagoas, também se apresentou com a sessão “Histórias do Velho Graça” entre os causos e contos baseados na obra de Graciliano Ramos arrancaram sorrisos dos grandes e pequenos. “Essa história aconteceu de verdade?”, perguntou uma criança à sua Mãe.
Logo em seguida o público assistiu ao grupo Moranbudetá (RJ), com a sessão “Contos para Alegrar o Coração”, as músicas e efeitos sonoros da apresentação prenderam a atenção de todos que estavam presentes.
Para encerrar a maratona, a sessão “De Conto a Canto”, com Adriana Milet e Luciano Pontes (PE) misturou a ludicidade das músicas de tradição oral, com elementos visuais e poéticos, aliados à músicas e histórias de autoria dos pesquisadores.
Entre os comentários da plateia estava a emoção dos participantes do Núcleo SESC de Formação e Pesquisa na Arte da Contação de Histórias (NUFOPES). “Adoramos as apresentações, em breve seremos nós queremos contar assim”. Esses e outros depoimentos marcaram a presença dos contadores participantes do Núcleo, que de sessão em sessão, corriam novamente para a fila que se formava do lado de fora do auditório do Centro de Convenções, ansiosos por mais e mais histórias.

sábado, 7 de novembro de 2009

A MAGIA DO PEQUENO PRINCIPE

Ler um livro sempre nos transporta a lugares repletos de fantasia e imaginação. O SESC, na IV Bienal, trouxe, para Alagoas, o maior livro do mundo! Crianças, adultos e idosos se encantaram com a réplica do Pequeno Príncipe, do autor francês Saint Exupéry.

Ao folhear as páginas os olhos atentos e curiosos seguiam os movimentos das mãos das monitoras do SESC. Em um dos dias de exposição, uma leitora curiosa e ousada aceitou o desafio de ler o livro inteiro.

Lillan Lourenço, de 27 anos, chegou à Bienal com o propósito de passear, olhar livros e acompanhar a programação da Feira. Ao entrar no local, deparou-se com um livro grande, gigante. Na verdade, o maior livro do mundo. Ela confessa que se surpreendeu e se emocionou com a réplica, apesar de nunca ter lido o Pequeno Príncipe.

A estudante de Letras, então, resolveu parar em frente ao objeto para apreciá-lo, quando então, foi questionada, pelas monitoras, se gostaria de que as páginas do livro fossem folheadas. Coincidentemente, o mesmo se encontrava na primeira página e então ela começou a lê-lo.

“Eu conhecia pouca coisa sobre a história do pequeno príncipe, mas sempre tive vontade de ler. Acho que foi o ambiente me motivou. Ler um livro com letras grandes, em um clima totalmente diferente, e, respirando literatura, foi um convite para mim”, contou.

A cada página, a cada imagem as expressões no olhar de Lílian iam mudando, acompanhando os momentos e histórias do livro. Uma página levando a outra e estimulando-a a continuar a leitura incansavelmente, tendo as páginas passadas pelos monitores do SESC.

“Fiquei encantada. Apesar de ser um livro considerado infantil, ele faz reflexões sobre problemas atuais e conflitos internos. Vou continuar a ler aqui até terminá-lo, estou curiosa para o final”, disse.

Assim esse gigante de 2 metros de altura, 3 de largura e que pesa mais de 300 quilos, fez a diferença para muitos transeuntes e leitores que passaram para bienal. Da simples recordação de uma foto, até leitura de uma página, ou de várias, como no caso de Lílian, com certeza levará lembrança e formará novos apaixonados pela boa e velha leitura.

Mergulho literário


O universo da leitura é deveras encantador e bastante curioso. Quantas vezes não nos interrogamos sobre o processo criativo de cada escritor? Temos curiosidade em saber como aquele texto se transformou em um livro, como conseguir publicar o livro, analisamos as várias formas e linguagens textuais, entre tantas interrogações que passam pelas nossas mentes em nossas viagens no mundo da leitura.

Esses questionamentos estiveram presentes na programação do SESC durante a Bienal, nos dias 05 e 06, durante dois colóquios com os temas “A importância dos prêmios literários” e “A Nova Literatura é uma Literatura Nova?”. Mediados pelo Prof. Marcos Vinícius (UFAL) proporcionaram, aos presentes, momentos ricos de compartilhar informações que poucas vezes são discutidos abertamente. Sentados ao redor de uma mesa, de frente ao público, escritores convidados falaram abertamente sobre os temas abordados.

Durante o primeiro colóquio podemos perceber o que cerca o mundo dos prêmios literários, das inscrições até o processo seletivo de fato. O escritor Sérgio Léo, um dos ganhadores do Prêmio SESC de Literatura, falou sobre esse processo. “É muito difícil escrever e passar por esses concursos porque, além de tudo, você tem que agradar aos jurados eles escolhem, muitas vezes, pelo gosto deles de forma individual. Já fui júri também e busquei ser bem democrático, escolhi textos pensando em outras pessoas que também gostam daquele tipo de escrita”, comentou. A conversa sobre o tema foi bem instigante e o público presente também levantou questionamentos participando ativamente deste momento.

No segundo colóquio, com o tema “A Nova Literatura é uma Literatura Nova?” os escritores levantaram questionamentos entre eles sobre essa definição do que de fato é essa nova literatura. É perceptível que com o avanço das tecnologias, a corrida pelos mercados de trabalho, a demanda da qualificação deixa os processos mais velozes nessa era da informatização. As pessoas estão em um momento em que se relacionam a distância através de computadores em um mundo virtual. Através dele conversam, encontram amigos, namoram, discutem, constroem laço nessa esfera em que novos escritores vão surgindo.

Discutir o que é uma nova literatura é possível, mesmo sabendo que essa nova literatura não tem uma definição real. Não se pode dizer que essa literatura de hoje é completamente nova porque ela é derivada de todas as referências literárias que o escritor tem.

Será que esse meio virtual que facilita o acesso a livros? Onde novos escritores divulgam seus textos através de meios online como os blogs vão defasar a venda de livros impressos? Esse foi mais um dos questionamentos apontados e discutidos pelo grupo de escritores. Nilton Resende (UFAL) afirma que não. “O cheiro do livro e essa sensação de você tocar e compartilhar com outras pessoas é encantadora. Quem realmente gosta de ler não vai deixar de comprar livros. O acesso a livros através da internet existe em tantos sites em que as pessoas podem baixá-los, mas isso acontece para facilitar o encontro com a leitura”, reforçou o escritor.

O público respondeu a esse questionamento também. Carla Castellotti, uma das presentes, falou que tem um blog e o usa para compartilhar textos e, também, faz uso de leituras virtuais pela velocidade de informação. “As pessoas passam o dia, em meio à correria. É comum dar uma paradinha no meio desse processo todo para acessar algum site, se for para fazer alguma leitura interessante online esse movimento é interessante e rico já que esses meios permitem, também, uma interatividade muito grande onde o escritor recebe feedback”, disse a blogueira.

Os colóquios aconteceram no Estande do SESC e foi um momento de troca de informações onde os presentes ouviram escritores e também se posicionaram, realizando um verdadeiro intercâmbio literário. O público saiu bastante satisfeito já que localmente esse tipo de acontecimento é tão raro.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Do esboço à ilustração




Lápis, papel e imaginação: Ingredientes fundamentais para iniciar o processo de criação de desenhos e ilustrações. E imaginação é o que não falta na cabeça das crianças. Entre traços rabiscados pelos pequenos, imagens de árvores, flores, casas e demais desenhos desvendaram os desejos mais íntimos de cada garoto.

“Eles estavam bastante tímidos no começo. Alguns até nem queriam desenhar, mas, aos poucos, eles foram se soltando e o resultado são obras maravilhosas”, disse a artista plástica Myrna Maracajá, que ministrou a oficina “Aprendendo sobre Ilustrações”, realizada no Estande do SESC Alagoas na IV Bienal do Livro.

A ilustração possibilita o desenvolver da criatividade infantil e o despertar para novas possibilidades. “Teve gente que desenhou o céu azul e a grama verde, mas esses elementos podem ser da cor que quisermos é só imaginar e se permitir”, contou a arte-educadora.

A participação do SESC durante a bienal está conseguindo promover, de forma democrática, o acesso a esse mundo encantado. Crianças de escolas públicas e instituições sociais participaram ativamente da programação. Nesta oficina as crianças da Vila Brejal atendidas pelo projeto Ateliê Aberto à Comunidade.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O encanto das palavras




Ao escutar uma história, nossa imaginação ganha asas e voa alto, mais longe que o céu. Essa viagem no mundo das palavras fascinou as crianças e contagiou pessoas de todas as idades, durante a IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O Núcleo SESC de Formação e Pesquisa na Arte de Contar Histórias (NUFOPES) participou junto com a Trupe Gogó da Ema de Contadores de Histórias do SESC Alagoas da Mostrinha Gogó da Ema de Contação de Histórias.
Foi a segunda vez que alguns participantes do Curso ‘Um Conto Atrás do Outro’ participaram de apresentação em público junto com a Trupe. “No começo estava nervosa, mas quando percebi os olhares atentos das crianças, tudo foi fluindo mais fácil”, relatou Rafaela Sá.
O bom é que o sonho e fantasia não se acabam quando a história termina, pois, as palavras, rimas e músicas permanecem nas lembranças das pequeninas mentes...