quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A indiferença do copo-aquário


A indiferença é um prato indigesto...
A amnésia, é uma espécie de defesa questionável...
A falta do que dizer, dá margem para a suposição, eu ainda prefiro a certeza.
Corpos se tocam, se misturam, se trocam se atraem, se distraem e traiem...
Ignorar uma lembrança ou impedir o dialogo é imaturo.
Ainda tenho em mim, o cheiro de lembranças, ouço o barulho do mar, sinto o calor da brisa estrangulando minha lágrimas fazendo-as a evaporar para o limbo do esquecimento...
Tomo um gole...olho para meu copo e ele traz de volta cada lembrança, cada instante, um lampejo de saudade...
Criar é um processo perturbador, a inquietude é aleatória assim como as palavras que parecem não ter sentido algum para quem as lê, mas é o mais puro sentir de quem as despeja-as num pedaço de guardanapo encharcado pelo copo-aquário virado em nós durante o brinde finito!

Julien Costa*
(Botequim Amélia e Rosa – 06/03/2009 – 00:00 e algumas garrafas VAZIAS e um copo virado)
*É ator, professor de teatro e escritor.





Nenhum comentário: